Guilherme Fonseca Faro
17 de outubro de 2023, 6:22
O deslocamento forçado de palestinos desde o início do conflito israelense-árabe em 1948 resultou em uma diáspora de milhões em dezenas de países, com reconhecimento do Estado Judeu, com respeito a outras religiões. Esta nota técnica analisa as causas e padrões da migração palestina, a situação atual dos refugiados e a necessidade de soluções pacíficas, humanitárias e cooperativas, sem incentivo do nazismo como estratégia de justificativa de retorno à Israel.
Palavras-chave: Migração palestina; Refugiados; Conflito israelense-palestino; Soluções pacíficas.
I - INTRODUÇÃO.
Estima-se que mais de 8 milhões de palestinos tenham sido deslocados de suas casas desde 1948, principalmente devido a conflitos armados e expulsões associadas ao estabelecimento do estado de Israel (UNRWA, 2022). Esse êxodo prolongado resultou em uma das maiores populações de refugiados do mundo.
Atualmente, cerca de 5,8 milhões de palestinos estão registrados como refugiados em países do Oriente Médio, enquanto que centenas de milhares formam diáspora na Europa, Américas e resto do mundo. A maioria vive em condições precárias e o direito ao retorno continua sendo uma reivindicação central. Porém, o Estado de Israel é soberano, tanto, em termos religiosos (reconhecidos - Cristianismo, Islamismo e Judaísmo), quanto em termos de tratados e Constituição. Sendo assim, a solução, necessariamente, deve respeitar a existência dos judeus e de seu ESTADO.
Diante desse contexto histórico complexo, esta nota técnica objetiva apresentar uma análise concisa sobre as causas e fases da migração palestina, sua situação contemporânea e perspectivas para soluções pacíficas e humanitárias. O foco é fornecer informações precisas e embasadas que possam subsidiar projetos e políticas públicas para os refugiados, levando-se em consideração o respeito ao ESTADO de Israel e aos povo judeu.
II - CAUSAS E PADRÕES HISTÓRICOS.
As principais ondas de deslocamento palestino estão relacionadas a conflitos armados com Israel e instabilidades regionais:
- 1948 (Nakba): 700 mil refugiados após a primeira guerra árabe-israelense (UNRWA, 2022).
- 1967 (Naksa): 300 mil novos refugiados após a Guerra dos Seis Dias (SCHMITT, 2020).
- 1948-1967: Expulsões localizadas de aldeias palestinas durante conflito.
- 1970-90: Deslocamentos do Líbano, Kuwait e outros países árabes após instabilidades.
- 1991: Expulsão de cerca de 400 mil palestinos do Kuwait (GORDON, 1991).
- 2011-presente: Nova onda de refugiados após guerras na Síria e Iraque.
III - SITUAÇÃO ATUAL.
Segundo a UNRWA (2022), existem aproximadamente 5,8 milhões de refugiados palestinos registrados atualmente:
- Cisjordânia e Faixa de Gaza: 2,3 milhões
- Jordânia: 2,3 milhões
- Líbano: 500 mil+
- Síria: 120 mil
- Egito: 62 mil
- Iraque: 24 mil
- Outros: 432 mil
Milhões ainda vivem em campos de refugiados precários e sem perspectivas (MJEGHADO, 2022). Somente no Líbano, são barrados de vários direitos. A crise na Síria desde 2011 também agravou a situação (UNRWA, 2022).
IV - EM BUSCA DE SOLUÇÕES.
A chave para solucionar a prolongada crise dos refugiados palestinos reside em soluções políticas abrangentes e negociadas para o conflito, com base no diálogo, justiça e direito internacional, caso não se utilizem de estratégias terroristas. Neste caso, uso da legítima defesa é justificado.
O fim da violência e cooperação para o desenvolvimento econômico são essenciais. A comunidade internacional tem um papel central em fornecer ajuda humanitária e incentivar a reconciliação. O fim das hostilidades e maior integração nos países árabes também podem melhorar a situação de muitos refugiados .
Embora os desafios sejam enormes, a criatividade diplomática, o respeito aos direitos humanos fundamentais e a compreensão mútua entre os povos são o caminho mais promissor para uma paz justa e viável, sem incentivo ao terrorismo.
V - CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A prolongada migração forçada do povo palestino e situação de refúgio persistem como uma questão humanitária central. Uma solução pacífica, justa e cooperativa é essencial, embora requerendo concessões difíceis. Esta nota técnica buscou contextualizar o tema e apontar caminhos embasados no direito e na dignidade humana. Essas reflexões visam subsidiar projetos e políticas públicas para mitigar o sofrimento dos refugiados palestinos.
REFERÊNCIAS PARA CITAÇÃO:
FARO, Guilherme Fonseca. Nota técnica sobre a migração palestina e o respeito à soberania de Israel. 17 out. 2023. Disponível em: www.guilhermefonsecafaro.com.br. Acesso: coloque a data (dia/mês/ano).
Comments